Fugitivas do 8/1 estão presas nos EUA ao tentar entrar ilegalmente no país
- Rádio Manchete USA
- 18 de mar.
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WASHINGTON - Quatro mulheres foragidas por envolvimento nos ataques do 8 de Janeiro, com mandados de prisão no Brasil, estão presas nos Estados Unidos após tentar entrar ilegalmento no país.
Segundo pessoas ligadas às brasileiras, o objetivo era conseguir refúgio político com o governo de Donald Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Raquel Lopes, Rosana Maciel e Cristiane da Silva foram condenadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e Michely Paiva é ré por cinco crimes, como golpe de Estado e associação criminosa.
Raquel foi presa em 12 de janeiro em La Grulla, na fronteira do México com o sudeste do Texas. As demais foram presas em 21 de janeiro, um dia depois do republicano assumir a Casa Branca, em El Paso.
Raquel Lopes
Raquel Lopes, 51, de Joinvile (Santa Catarina) foi condenada a 17 anos de prisão por cinco crimes no 8/1, como golpe de Estado, associação criminosa e dano a patrimônio público. Tem mandado de prisão em aberto no Brasil. Ela nega ter destruído bens.
Em abril passado, Raquel saiu do país com um grupo de militantes por meio da fronteira seca que Santa Catarina tem com a Argentina. Ela permaneceu até 17 de novembro no país vizinho, quando fugiu de Buenos Aires com outro grupo de militantes após a Justiça argentina mandar prender foragidos alvos de pedidos de extradição do STF.
No Chile, a catarinense cruzou o Deserto do Atacama e chegou ao Peru pela cidade de Santa Rosa, passou pela Colômbia até chegar ao México. Em 12 de janeiro, tentou entrar nos EUA pela cidade de La Grulla, no Texas. No dia 19, foi transferida para a Unidade de Detenção do ICE El Valle.
Ela está sem advogado desde dezembro. Em conversa com o UOL, o filho de Raquel, Acenil Francisco, disse que a família "está correndo atrás de um advogado para fazer a defesa dela".
Rosana Maciel Gomes
Rosana Macial Gomes, de 51 anos, de Goiânia (Goiás) foi condenada a 14 anos de prisão por cinco crimes no 8/1. Ela em dois mandados de prisão em aberto no Brasil e uma ordem de extradição na Argentina.
A goiania fugiu para o Uruguai do Brasil em janeiro de 2024. Em abril, estava em Buenos Aires, na Argentina, e em novembro, deixou o país rumo aos EUA. Passou pelo Peru, Colômbia e México. Foi presa em El Paso (Texas), em 21 de janeiro. Seis dias depois, foi transferida para a detenção da ICE na mesma cidade.
Segundo sua defesa no STF, "quando [Rosana] entrou no Palácio do Planalto viu que os bens públicos estavam danificados e não danificou qualquer bem, tanto que ficou em estado de choque de ver uma situação daquela". A defesa dela disse que não poderia comentar sua situação no exterior.
Michely Paiva Alves
A comerciante Michely Paiva Alves, de 38 anos, de Limeira (São Paulo) é ré por cinco crimes no 8/1 e tem mandado de prisão em aberto no Brasil. Ela chegou a se candidatar, no ano passado, a vereadora de sua cidade pelo Podemos, enquanto respondia a processo criminal no STF. A Justiça Eleitoral negou o registro da candidatura.
Em julho, a PF encontrou provas de que a paulista organizou e financiou um ônibus com 30 pessoas, de Limeira para Brasília, para irem ao ato de 8/1. O frete custou R$ 12 mil, dos quais R$ 6.500 foram pagos por Michely. Ela admitiu o negócio aos investigadores e disse que chamou pessoas que estavam em frente à unidade do Exército em Limeira.
Um mês após a descoberta da PF, a defesa de Michely pediu um acordo de nãoe não persecução penal com o MPF (Ministério Público Federal) — com isso, poderia fazer serviços comunitários, pagar uma multa e fazer um curso sobre democracia para se livrar de punições. Mas os prazos para aceitar a oferta desse tipo de acordo já haviam sido vencidos e, agora, havia um fato novo.
O MPF então denunciou Michely por cinco crimes com base nas provas obtidas pela PF. Por outro lado, a defesa dela disse, no processo, que "não há provas de que a acusada depredou o Congresso Nacional, bem como [de que] participa de movimentos criminosos".
Em setembro, Michely fugiu para a Argentina. No mês seguinte, embarcou com militantes para os EUA. Passou por Peru, Colômbia e México. Foi presa em El Paso (Texas) em 21 de janeiro e se encontra detida na mesma cidade.
Cristiane da Silva
Cristiane da Silva, 33, de Balneário Camboriú (Santa Catarina) foi condenada pelo STF a um ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime no 8/1. A garçonete tem mandado de prisão no Brasil.
A defesa de Cristiane afirmou ao STF que ela "não estava envolvida no protesto e sequer esteve acampada durante dias" para incitar as Forças Armadas a darem um golpe. Ela disse que foi a Brasília "para passear". À PF, afirmou que pagou R$ 500 na passagem de um coletivo que transportou militantes.
Cristiane fugiu em junho de 2024 para a Argentina . Em novembro, a catarinense juntou-se a outros militantes e fugiu para os EUA. Ela passou por Peru, Colômbia e México até ser presa em El Paso, onde permanece detida.
A defesa de Cristiane afirma que estão sendo tomadas medidas para resolver a situação dela nos EUA.
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