Eduardo Bolsonaro pode pedir asilo nos EUA
- Rádio Manchete USA
- 19 de mar.
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DALLAS - Horas depois de anunciar a licença da Câmara dos Deputados em seus canais da internet, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta terça-feira, 19, em entrevistas que avalia entrar com pedido de asilo nos Estados Unidos para conseguir permanecer legalmente no país por mais de três meses.
O parlamentar disse temer que seu passaporte seja cassado e que sua articulação em busca de sanções a Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nos EUA seja bloqueada.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem brecado a imigrantes a possibilidade de eles pedirem asilo e aguardar enquanto a corte processa as solicitações. Eduardo, porém, pondera que sua situação será diferente porque ele entrou de maneira legal. "Estou avaliando as opções com o advogado."
Segundo o deputado, estava tudo certo para ele assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas ele diz acreditar que o trabalho nos EUA agora é mais importante. Eduardo avalia que sua permanência no país reforça "o estado depreciado das instituições brasileiras" e que isso pode ajudar a pressionar por soluções internacionais.
Eduardo diz ter vindo para os EUA de férias para passar o Carnaval e voltaria para o Brasil ontem, mas mudou de ideia com a possibilidade de ter o passaporte tomado pela Justiça brasileira.
"Quando eu estava vindo, os deputados do PT mandaram para a PGR [Procuradoria-Geral da República] a representação pedindo o meu passaporte e a prisão preventiva do Paulo Figueiredo [influenciador de direita]. No dia seguinte, o Alexandre de Moraes puxou para ele o processo", observou.
No fim da tarde desta terça, depois do anúncio da licença, a Procuradoria Geral da República (PGR) se posicionou contra um pedido de parlamentares petistas para que o deputado tivesse seu passaporte retido e fosse impedido de ir aos EUA. Pouco depois, o STF decidiu arquivar o pedido.
Mesmo assim, Eduardo mantém os seus argumentos para ficar no exterior.
"Ainda que você possa considerar pequena a chance de pegarem o passaporte, se anular o meu trabalho aqui nos EUA, você joga só com as regras do jogo dentro do Brasil, no território do Alexandre de Moraes. Aí já era. Eles estão correndo para tentar condenar o Bolsonaro antes da eleição de 2026. A única esperança que a gente tem é a do exterior. Dentro do Brasil, eu já não acredito mais que possa haver justiça nas cortes brasileiras", observou.
Eduardo acredita que tem apoio do seu eleitorado para requerer o pedido de licença não remunerada de quatro meses. "É o tipo de licença que os deputados pegam para se candidatar a prefeito normalmente. Depois de quatro meses eu vou ver o que eu vou fazer", disse.
Visto americano
Eduardo diz que está sendo sendo orientado por um advogado sobre a melhor opção de permanecer legalmente nos EUA. Atualmente, o parlamentar está com o "visto B1, B2, de turismo e negócio, que vale 90 dias, mas a gente vai mudar esse status".
"Ele está me recomendando fortemente a entrar com o pedido de asilo. Porque não dá para afastar da possibilidade do Moraes dobrar a aposta e tentar me extraditar ou pedir a minha prisão preventiva aqui fora", avaliou.
O deputado brasileiro nega que espera privigilégios do governo americano que tem dificultado os processos de asilo. "Eu entrei legalmente aqui. Estou discutindo as outras opções com o advogado. Tem visto de estudo, tem visto de trabalho, tem uma possibilidade infinita de vistos, de habilidades especiais".
Eduardo gravou o vídeo sobre sua licença em Dallas, no Texas. "Aquele prédio laranjinha ali atrás, é o Museu do Holocausto de Dallas. É nas proximidades onde o presidente Kennedy foi assassinado também, tomou tiro lá, um lugar emblemático", disse.
Recursos
Eduardo garante ter uma reserva de dinheiro para se manter nos EUA e que também contará com a ajuda de amigos e do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em pouco mais de um mês desde a posse do presidente Donald Trump em 20 de janeiro, Eduardo veio aos EUA quatro vezes, todas elas, segundo o deputado, bancada por recursos próprios.
"A única viagem paga em parte pelo PL foi durante o Cpac, conferência conservadora que aconteceu no mês passado", afirmou.
** Com Agências **
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