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Corte de imigração libera universitária brasileira sob fiança

Atualizado: 20 de jun.


Caroline estava presa desde o dia 5 de janeiro em um centro de detenção do ICE (Foto: Arquivo de Família)
Caroline estava presa desde o dia 5 de janeiro em um centro de detenção do ICE (Foto: Arquivo de Família)

DENVER - Uma Corte de Imigração em Denver, no Colorado, decidiu nesta quarta-feira, 18, que a brasileira Caroline Dias Gonçalves (foto acima), 19, pode responder ao processo em liberdade após pagar fiança. O caso foi transferido para Salt Lake City, onde ela vive e estuda enfermagem na Universidade Utah.


Caroline está nos Estados Unidos desde criança e tem autorização para trabalhar e estudar — ela e sua família fizeram um pedido de asilo às autoridades americanas, segundo o advogado Jonathan M. Hyman.


Uma investigação interna da polícia do Colorado revelou que a brasileira foi presa em 5 de junho após detalhes sobre ela serem compartilhados por um policial em um grupo no aplicativo de trocas de mensagem Signal, que era secretamente monitorado pelo ICE, de acordo com um comunicado oficial do Gabinete do Xerife do Condado de Mesa divulgado no fim da tarde de segunda-feira.


"Nosso agente fazia parte de um grupo de comunicação que incluía parceiros locais, estaduais e federais de segurança pública, que participavam de um esforço conjunto de combate ao tráfico de drogas nas rodovias do oeste do Colorado", diz o Gabinete do Xerife.


"Não tínhamos conhecimento de que o grupo de comunicação estava sendo utilizado para qualquer finalidade além do combate ao tráfico de drogas, incluindo questões imigratórias. Desde então, removemos todos os membros do Gabinete do Xerife do Condado de Mesa desse grupo de comunicação", completou a autoridade policial.


Caroline foi parada pelo policial por uma pequena infração de trânsito, enquanto dirigia o carro do pai para visitar amigos em Denver, no Colorado, estado vizinho a Utah.


Minutos depois desta primeira abordagem, ela foi novamente parada por um agente do ICE e, então, presa, passando quase duas semanas num centro federal de detenção para imigrantes em Aurora, nas proximidades de Denver.


O caso levantou suspeitas sobre uma possível colaboração entre a polícia local e o serviço de imigração, levando à investigação conduzida pelo Gabinete do Xerife.


De acordo com a legislação do Colorado, a polícia não pode investigar o status de residência das pessoas abordadas em nenhuma interação policial.


"A natureza da abordagem levanta preocupações sobre se o Gabinete do Xerife do Condado de Mesa violou a legislação estadual ou se a comunicação do agente por meio da força-tarefa acabou notificando inadvertidamente agentes do ICE sobre o status migratório de Caroline", afirma Jonathan M. Hyman, advogado de Caroline no caso.


"Agentes do ICE não deveriam agir com base nessas informações, a menos que estejam relacionadas a uma investigação criminal mais ampla", considera o representante legal.


Segundo Hyman, os resultados preliminares da investigação interna da polícia deixam ainda muitas questões em aberto que terão de ser respondidas pelas autoridades do Condado no Colorado.



"Todo motorista abordado em uma parada de trânsito é inserido em um banco de dados multiagências e tem seu status migratório divulgado? Há quanto tempo esse grupo está em operação? O Condado de Mesa tomou medidas para retirar imediatamente seus funcionários desse grupo, mas e quanto às outras agências?", questiona Hyman, em declaração à BBC News Brasil por email.


O Gabinete do Xerife reforçou que o uso da informação pelo ICE é contrário à legislação do Colorado e afirmou que a investigação administrativa para garantir a conformidade com a legislação estadual e com a política interna do departamento continua em andamento.


Imagens da câmera corporal


O gabinete também divulgou no YouTube a filmagem completa produzida pela câmera corporal do policial durante a abordagem a Caroline.


As imagens mostram que a abordagem durou cerca de 20 minutos e aconteceu como os amigos e familiares da jovem relataram à imprensa.


O vídeo começa com o agente Alexander Zwinck dizendo a Caroline que ela estava dirigindo perto demais de um caminhão na rodovia Interstate-70, próximo a Loma, no Colorado.


Ela entrega ao policial a carteira de motorista e o documento de registro do veículo, que o agente leva com ele para a viatura, conforme mostrado nas imagens.


Mais tarde, ele pede para que Caroline o acompanhe e sente-se no banco do passageiro de sua viatura, onde ele faz perguntas sobre o seguro do carro.


Zwinck também pergunta onde a estudante nasceu, após comentar que ela parece ter "um leve sotaque". Caroline diz a Zwinck que mora em Utah há 12 anos. O policial insiste, perguntando onde ela nasceu, e a jovem conta então que é natural do Brasil.


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