
WASHINGTON - O aplicativo móvel CBP One, que permitia a entrada de migrantes nos Estados Unidos através dos postos de entrada na fronteira com o México, deixou de funcionar nesta segunda-feira, segundo informou a Polícia de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) em seu site.
Em seu discurso de posse, o novo presidente dos EUA, Donald Trump, expôs seus planos de realizar deportações em massa e militarizar a fronteira.
Por meio do CBP One, os migrantes que estivessem em território mexicano podiam preencher um formulário com seus dados e solicitar um agendamento para se apresentarem em um posto de entrada na fronteira.
A mensagem no site do CBP, que se refere aos migrantes em trânsito no México como “estrangeiros sem documentos”, também avisa que os agendamentos “programados” já foram cancelados.
Por meio desse aplicativo, que entrou em operação em janeiro de 2023, mais de 930 mil pessoas se apresentaram nos postos de entrada para que as autoridades processassem seus casos, de acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS).
Do outro lado da fronteira, um choque tomou conta do abrigo em Tijuana, a poucos metros da fronteira.
"Eu não acredito", disse Nidia Montenegro, de 52 anos, com lágrimas escorrendo pelo rosto. "Não, Deus, não."

Ao redor dela, outros imigrantes choravam enquanto tentavam, repetidamente, carregar o aplicativo, com o desespero aumentando. Alguns receberam e-mails cancelando os agendamentos, outros simplesmente não conseguiram abrir o aplicativo.
Em dezembro de 2024, quando os últimos dados oficiais foram divulgados, cerca de 44 mil pessoas entraram nos EUA por esse processo.
O aplicativo liberava 1.450 vagas por dia em sete postos de entrada na fronteira.
O programa foi criado pelo governo de Joe Biden como uma estratégia para controlar a migração através da fronteira, assim como para conter as travessias irregulares.
Venezuela, Cuba e México foram os principais países de onde vieram os migrantes que conseguiram entrar nos EUA com um agendamento do CBP One, informou o aplicativo na última semana.
O processo foi duramente criticado por organizações de direitos humanos, que disseram que o aplicativo restringia o acesso ao asilo na fronteira sul e forçava os migrantes a esperar no México, expostos à violência dos cartéis.
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