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  • ICE prende mais de mil imigrantes na Flórida em "maior ação" da história

    ICE contou com a colaboração das polícias da Flórida (Foto: ICE Divulgação) MIAMI — Uma operação do ICE em parceria com outras agências federais prendeu 1.120 imigrantes na Flórida no fim de abril, transformando-se na maior ação da história de acordo com o órgão. Em uma semana - entre 21 e 26 de abril - 378 estrangeiros com ordem final de deportação foram detidos. Do total, o ICE afirma que 63% tinha alguma condenação ou acusação criminal, incluindo crimes sexuais, fugitivos da Justiça e membros de gangue. Os detidos em sua maioria são da Guatemala (437), México (280), Honduras (153), Venezuela (48) e El Salvador (24). Não há indicação de brasileiros, mas 178 detidos são listados como de outros países. Segundo o ICE, os imigrantes com ordem de remoção e que reentraram ilegalmente nos Estados Unidos vão ser expulsos imediatamente. "Os outros estrangeiros vão passar por um processo de deportação", destaca a nota da agência. Os órgãos federais contaram com a colaboração de delegacias locais, entre elas as dos Condados de Brevard e Orange, com grande concentração de brasileiros. Uma ação semelhante dias antes prendeu cerca de 800 imigrantes na Flórida. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste material sem a autorização da MANCHETE USA. Todos os textos estão protegidos por copyright. Reproduções autorizadas devem conter crédito de AUTORIA para MANCHETE USA ( mancheteusa.com )

  • REAL ID entra em vigor nesta quarta-feira

    Medida entra em vigor em todo os Estados Unidos 20 anos após a aprovação do Congresso WASHINGTON - Os Estados Unidos passam a ter regras mais rígidas de identificação em prédios federais e aeroportos a partir desta quarta-feira, 7, ao tornar obrigatório a apresentação do REAL ID. A Agência de Segurança nos Transportes (TSA, sigla em inglês) confirmou que não vai mais aceitar identidades emitidas pelo Estado que não estejam em conformidade com o Ato do Patriota, lei aprovada em 2005. As carteiras de motorista e de identidade REAL ID - definida por uma estrela no topo direito só são emitidas para cidadãos americanos e pessoas autorizadas a residir nos EUA - podem ser substituídas por passaportes válidos, inclusive estrangeiros. A TSA alerta que passageiros com 18 anos ou mais que não tenham passaporte ou identificação reforçada “podem enfrentar atrasos, triagens adicionais e a possibilidade de não serem autorizados a passar pelo ponto de controle de segurança”. Segundo o órgão federal, atualmente 81% dos viajantes já apresentam documentos aceitos, incluindo a REAL ID emitida pelo Estado. A TSA afirma que “seguirá com medidas de triagem adicionais para aqueles sem REAL ID até que isso não seja mais considerado uma vulnerabilidade de segurança”. Ainda não está claro quão rigorosa será a aplicação das novas regras. As companhias aéreas estão preocupadas com uma possível queda na demanda em função das tensões comerciais internacionais e de preocupações econômicas. Muitos americanos viajam de avião apenas uma ou duas vezes por ano e, no ano passado, sob o governo do então presidente Joe Biden, a TSA disse que poderia optar por emitir até três advertências antes de proibir que viajantes embarcassem em voos futuros sem o novo documento. Em dezembro de 2022 a TSA adiou pela terceira vez o prazo de aplicação da exigência dessa identificação reforçada para maio de 2025. A lei de 2005 promulgou a recomendação da comissão do 11 de setembro de 2001 para que o governo dos EUA “estabeleça padrões [mínimos de segurança] para a emissão de documentos de identificação, como carteiras de motorista”.

  • Flórida reduz validade de carteira de motorista de imigrantes legais para 1 ano

    Imigrantes têm que renovar carteira anualmente de acordo com as novas regras TALLAHASSEE - O Departamento de Segurança das Estradas e Registro de Veículos da Flórida anunciou que a partir dessa semana as carteiras de motoristas para imigrantes legais vão ter validade por apenas um ano. Estrangeiros indocumentados não têm acesso à habilitação no Estado. De acordo com o guia emitido em 30 de abril, as carteiras de motorista e identidade devem ser renovadas após 12 meses. Até então, os documentos eram válidos até a expiração das autorizações imigratórias que, frequentemente, abrangem um período maior. No geral, a carteira de motorista da Flórida é renovada a cada oito anos. A medida não afeta portadores de green card, mas se aplica aos motoristas com status migratório temporário, como vistos de trabalho e estudante. Nesses casos, o estrangeiro precisa renovar a carteira anualmente. Entretanto, carteiras válidas seguem a data de expiração vigente. A regra vai ser aplicada durante a renovação ou a emissão de novos documentos.

  • Juiz ordena que Trump admita 12 mil refugiados nos Estados Unidos

    Ao assumir a Casa Branca, Trump suspendeu triagem eletrônico para asilo do governo Biden WASHINGTON - Um juiz ordenou na segunda-feira, 5, que o governo do presidente Donald Trump admita quase 12 mil refugiados nos Estados Unidos, em um golpe aos esforços da administração para mudar a política migratória do país. A ordem esclarece os limites impostos por uma corte de apelações que permitiu ao governo suspender o sistema de admissão de refugiados, mas indicou que deve receber as pessoas às quais já foi concedida a condição de refúgio. O governo Trump alegou na semana passada em uma audiência que só deveria admitir 160 refugiados que tinham programado viajar nas duas semanas posteriores a uma ordem executiva de janeiro que suspendeu o sistema. Contudo, o juiz Jamal Whitehead rejeitou o argumento ao destacar que "a interpretação do governo é, para afirmar suavemente, uma 'manobra interpretativa' do nível mais elevado". Whitehead havia bloqueado em fevereiro a ordem executiva de Trump que suspendia o sistema de admissão de refugiados, ao determinar que violava a Lei de Refúgio de 1980. Mas sua decisão foi rejeitada um mês depois pelo 9º Circuito da Corte de Apelações. "Se o Nono Circuito quisesse impor uma limitação de duas semanas - que teria reduzido a população protegida de quase 12.000 para 160 indivíduos -, teria feito isso explicitamente", escreveu Whitehead. O caso foi apresentado pela organização judaica de refugiados HIAS, o grupo cristão Church World Service, os Serviços Comunitários Luteranos e vários indivíduos. As organizações indicaram em fevereiro em sua demanda que várias pessoas que estavam prestes a viajar - após vender seus pertences em seus países - ficaram em um limbo devido à ordem de Trump. O reassentamento de refugiados é uma das poucas vias legais para, eventualmente, obter a cidadania americana. O ex-presidente Joe Biden ampliou os requisitos do programa, ao incluir populações afetadas pela mudança climática. Trump promove um rigoroso programa de deportações em voos militarizados que levam pessoas algemadas a países latino-americanos. ** Com AFP **

  • Governo Trump oferece passagem aérea e mais de US$ 1 mil para imigrantes irregulares que se 'autodeportarem' dos EUA

    Donald Trump já tinha ventilado a proposta em um entrevista à Fox News em abril WASHINGTON - O governo do presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira, 5, que está oferecendo US$ 1 mil, além de uma passagem aérea gratuita, aos imigrantes em situação irregular que deixarem os Estados Unidos voluntariamente. A política, de acordo com autoridades, tem como objetivo economizar recursos do país, evitando os custos necessários para prender, deter e transportar estrangeiros. A iniciativa faz parte de uma tentativa da Casa Branca para persuadir imigrantes a se "autodeportarem" como forma de ajudar Trump a cumprir sua ambiciosa política antimigratória. Autoridades americanas, inclusive, já disseram que um imigrante de Honduras aceitou os US$ 1.000 — que só é pago quando há a confirmação da "autodeportação" pelo aplicativo "CBP Home" — e voou de Chicago para seu país de origem de graça, com a passagem aérea de volta custeada pelo governo. "Se você está aqui ilegalmente, a 'autodeportação' é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar ser preso", disse Kristi Noem, secretária do Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), em um comunicado. O DHS, segundo a agência Associated Press, também informou nesta segunda-feira que os estrangeiros que usam o "CBP Home" serão "despriorizados" para detenção e deportação. O aplicativo permite que os imigrantes em situação irregular nos EUA informem voluntariamente ao governo sua intenção de deixar o país. As deportações podem ser custosas e demoradas, visto que as autoridades americanas frequentemente detêm imigrantes por um longo período, coordenam documentos de viagem e preparam voos fretados para diversos países. Nas últimas semanas, o governo Trump tem aconselhado cada vez mais certos estrangeiros em situação irregular a deixarem o país antes de serem alvos das autoridades. Além disso, a Casa Branca também adotou políticas para tornar desconfortável a vida desses imigrantes, como impedir o acesso deles a serviços financeiros. Desde janeiro, o governo dos EUA deportou cerca de 140 mil imigrantes. Os números, no entanto, ainda estão muito aquém da promessa de campanha de Trump: remover milhões de pessoas que estão irregulares no país. Em abril, durante entrevista à Fox News, Donald Trump ventilou o lançamento de um programa de "autodeportação" para os imigrantes, mas, naquele momento, ainda não havia decidido o que iria fazer. "Queremos ter um programa de "autodeportação", que ainda nem anunciamos. A única coisa que ainda não decidi é: o que vamos fazer? Vamos dar a eles algum dinheiro e uma passagem de avião? Mas, se forem bons, vamos trabalhar com eles para trazê-los de volta o mais rápido possível", disse Trump, à época. ** Com Agências **

  • Brasileira transgênero é deportada após ficar presa em Guantánamo

    Tarlis pretendia buscar asilo nos EUA alegando risco de morte no Brasil por ser transgênero ALVARENGA - Uma cabeleireira transgênero brasileira de 28 anos ficou detida em uma ala masculina na prisão de Guantánamo após ser presa por agentes da imigração tentando entrar nos Estados Unidos. No início de abril ela foi deportada e está vivendo em Alvarenga, em Minas Gerais, com a família. "Falei várias vezes para eles que eu era uma mulher trans e não me sentia bem no local só com homens, que não me sentia segura. Tinha três beliches na cela, e um banheiro que não fechava a porta", disse à Folha Tarlis Marcone de Barros Gonçalves. "Disse para eles que estava sofrendo assédio, mas não fizeram nada, disseram que eu ia ficar na cela para homens. Também não me deixaram ligar para ninguém da minha família, nem falar com algum advogado." "Eu disse que estava sendo assediada por homens nos corredores e na cela, mas ninguém fez nada", afirmou. O relato foi incluído em ação movida pela União Americana das Liberdades Civis (ACLU) e pelo Centro para Direitos Constitucionais (CCR) contra o governo Trump para impedir que dez homens detidos pela imigração americana fossem mandados a Guantánamo. O depoimento foi revelado pelo site The Free Radical. Desde o início do segundo mandato de Donald Trump, ao menos 177 imigrantes em situação irregular como Gonçalves foram mandados para Guantánamo, base militar americana em Cuba normalmente reservada para acusados de terrorismo. Gonçalvesconta que cruzou a fronteira do México para os EUA em 15 de fevereiro e foi detida por autoridades na fronteiriça El Paso, no Texas. Ela relatou ter pagado R$ 70 mil para um coiote e seu plano era pedir asilo às autoridades americanas, pois disse sofrer perseguições pelo fato de ser uma mulher trans. Ela foi transferida para um centro de detenção no estado do Novo México. Lá, ficou detida durante nove dias, em uma unidade com 49 homens. Depois, a cabeleireira afirmou ter sido levada, com algemas nos pés, punhos e quadril, para um avião militar, sem saber aonde estava indo. Só chegando à base de Guantánamo, teria sido informada de onde estava. "Fiquei desesperada quando vi que tinham me levado para uma prisão em Cuba. Achei que estivesse indo para o Brasil, não sabia o que iam fazer comigo." Em seu depoimento, a cabeleireira disse: "Os guardas não me tratavam como se eu fosse humana." Após cinco dias em Guantánamo, sem nenhuma explicação, Gonçalves foi colocada em um avião militar americano e levada para Miami e, de lá, para um centro de detenção na Louisiana. Após muitos pedidos para não ser alojada junto com prisioneiros homens, foi colocada em uma solitária por 17 dias. "Só saía da cela para um banho de sol de 25 minutos". Ela disse que estava constantemente com fome porque havia pouca comida. Mas, segundo Gonçalves, pelo menos as autoridades lhe deram acesso a um tablet, e Gonçalves conseguiu falar com sua irmã em Alvarenga, cidade com 4.000 habitantes na região de Governador Valadares. "Minha irmã e eu não parávamos de chorar." Gonçalves foi deportada para o Brasil no início de abril. Veio com algemas nos punhos e nas pernas. "Apertaram tão forte que fiquei dez dias com as pernas inchadas", disse ela, que voltou para Alvarenga e está na casa dos pais. Agora, ela busca saldar as dívidas que fez para pagar o coiote. "Meu plano era construir um salão de beleza para mim e terminar de construir uma casa para os meus pais." "Nunca imaginei que fosse parar em uma prisão em Cuba. Não cometi nenhum crime", disse Gonçalves, que não fala inglês e se comunicava em espanhol. Segundo a cabeleireira, alguns funcionários da prisão afirmaram que o governo americano não reconhecia a existência de pessoas trans. "Trump tem família, tem filhos. Espero que ele nunca tenha uma filha transgênero e nunca passe o que eu e minha família passamos. Minha mãe sofreu muito." ** Com Agência Folha **

  • Trump anuncia modernização e reabertura da prisão de Alcatraz

    A prisão de Alcatraz tem sido utilizada como ponto turístico na Califórnia (Foto: Divulgação) WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo, 4, que ordenou a modernização e reabertura de Alcatraz, prisão federal localizada em uma pequena ilha da Califórnia, fechada há seis décadas. A prisão vai abrigar "os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos", publicou Trump na plataforma Truth Social. Convertida em atração turística, Alcatraz foi fechada em 1963, devido aos altos custos operacionais, após 29 anos de funcionamento, segundo o Escritório de Prisões dos Estados Unidos. Localizada a 2 km da costa de San Francisco, e com capacidade para 336 prisioneiros, ela abrigou criminosos célebres, como o líder mafioso Al Capone. Trump fez da repressão aos crimes, em particular aqueles cometidos por imigrantes, um elemento central do seu segundo mandato. Em fevereiro, Trump já havia iniciado o envio de imigrantes para um centro de detenção na base militar americana na baía de Guantánamo, na ilha de Cuba. O local é conhecido por abrigar uma prisão para onde foram enviados suspeitos de terrorismo após o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001. O presidente também vem deportando imigrantes acusados de vínculo com gangues para uma prisão de segurança máxima antiterrorismo de El Salvador, como parte de um acordo no qual os EUA pagam US$ 6 milhões ao governo do presidente Nayib Bukele. Na segunda-feira (28), um drone da agência de notícias Reuters acompanhou o momento em que 31 homens se reuniram no pátio do centro de detenção de imigrantes Bluebonnet, em Anson, no Texas, e formaram as letras SOS para protestar contra as deportações que o governo dos EUA tenta realizar. ** Com AFP **

  • Trump anuncia tarifa de 100% para filmes produzidos fora dos EUA

    Imagem publicada nas redes sociais da Casa Branca mostra Trump como personagem do Star Wars WASHINGTON - O presidente Donald Trump anunciou neste domingo, 4, a implementação de uma tarifa de 100% para filmes produzidos fora dos Estados Unidos com efeito imediato. Ele classificou os incentivos para atração de cineastas americanos a outros países como uma “ameaça à segurança nacional”. A decisão é válida tanto para filmes “completamente” estrangeiros quanto para filmes de produtoras americanas filmados em outros países. “A indústria cinematográfica nos Estados Unidos está morrendo muito rapidamente. Outros países estão oferecendo todos os tipos de incentivos para atrair nossos cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos”, declarou o presidente em sua rede social, a Truth. Para o republicano, Hollywood, cidade símbolo desse tipo de produção e que abriga diversos estúdios de filmagem, “está sendo devastada”. Trump chamou a atração de cineastas americanos a outros estúdios de gravação ao redor do mundo de “esforço coordenado”, afirmando que “além de tudo, (é) uma questão de mensagem e propaganda!” Segundo o presidente, o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos EUA deram início imediato ao processo de implementação da tarifa. “Nós queremos filmes feitos na América novamente!”, finalizou. ** Com Agências **

  • Saiba por que Ronald Reagan decidiu fazer uma anistia para regularizar 3 milhões de imigrantes

    Regan usou a legalização como um instrumento de contenção do fluxo de imigrantes para os EUA WASHINGTON - "Nos últimos 35 anos, nossa nação tem sido cada vez mais afetada pela imigração ilegal. Esta legislação representa um passo importante para enfrentar esse desafio à nossa soberania. Ao mesmo tempo, preserva e enriquece o legado nacional de imigração legal. Estou satisfeito em sancionar esta lei." Com essas palavras, pronunciadas em 6 de novembro de 1986, o presidente Ronald Reagan assinou a Lei de Reforma e Controle da Imigração (IRCA, na sigla em inglês), que tornou possível a última anistia concedida a imigrantes sem documentos aprovada nos Estados Unidos. A norma abriu caminho para que cerca de 3 milhões de imigrantes indocumentados — cerca de 60% do total estimado na época — fossem plenamente incorporados à vida do país e, inclusive, pudessem eventualmente obter a cidadania norte-americana. Desde então, nenhuma reforma migratória de grande alcance foi aprovada nos EUA, apesar de várias tentativas. Graças à sua "revolução conservadora", que transformou a política e a sociedade do país, Reagan é provavelmente o presidente republicano mais icônico das últimas décadas. Por que, então, decidiu apoiar uma lei que concedia anistia a milhões de pessoas em situação irregular? Uma anistia e um freio "Reagan, após ter sido governador da Califórnia, compreendeu que a mão de obra mexicana era um elemento fundamental para a prosperidade econômica dos Estados Unidos e que, a longo prazo, o crescimento da imigração indocumentada não era uma estratégia sustentável", diz Raúl Hinojosa, professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles, que já nos anos 1980 estava envolvido no debate migratório nos EUA — tema de sua tese de doutorado. A ideia de regularizar os imigrantes indocumentados fazia parte do discurso de Reagan há anos, tendo sido apresentada inclusive durante as primárias republicanas de 1980. Uma vez na Casa Branca, Reagan deu início a um processo longo e complexo que culminaria em 1986 com a aprovação da lei com o apoio de republicanos e democratas. Um bottom usado na campanha presidencial de 1980 com os rostos de Reagan e de seu companheiro da vice-presidência, George HW BushCRÉDITO,GETTY IMAGES Legenda da foto,Desde a campanha eleitoral de 1980, Reagan impulsou a ideia de fazer uma anistia para os trabalhadores sem documentos Para viabilizar a reforma, ela foi promovida internamente como uma medida de repressão: reforçaria o controle na fronteira com o México e estabeleceria sanções a empregadores que contratassem trabalhadores indocumentados, ao mesmo tempo que permitiria a "legalização" — palavra escolhida deliberadamente para evitar o termo "anistia" — de uma grande parte dos migrantes que já estavam no país. "Em 1981, este governo solicitou ao Congresso a aprovação de um pacote legislativo abrangente que incluía sanções a empregadores, outras medidas para reforçar a aplicação das leis de imigração e a legalização. A lei estabelece esses três componentes essenciais. O programa de sanções a empregadores é a pedra angular e o elemento principal. Eliminará o incentivo à imigração ilegal ao suprimir as oportunidades de emprego que atraem imigrantes indocumentados", afirmou Reagan ao promulgar a lei. Melhorar a vida dos migrantes e integrá-los ao país Além de resolver um problema que afetava a soberania e a segurança nacional, Reagan queria garantir um tratamento justo aos migrantes e integrá-los plenamente, honrando o longo histórico dos EUA como nação de acolhida. "Isso fazia parte da essência de Ronald Reagan, de sua compreensão dos Estados Unidos, como um país fundamentalmente aberto àqueles que desejam se juntar a nós", comentou Peter Robinson, que foi redator de discursos do ex-presidente, em entrevista à rádio NPR em 2010. Esse objetivo também ficou claro no discurso de Reagan ao sancionar a lei: "Temos apoiado constantemente um programa de legalização generoso com os estrangeiros e justo com as milhares de pessoas em todo o mundo que buscam vir legalmente aos Estados Unidos. As disposições de legalização desta lei contribuirão significativamente para melhorar a vida de um grupo de pessoas que hoje vive nas sombras, sem acesso a muitos dos benefícios de uma sociedade livre e aberta. Muito em breve, muitos desses homens e mulheres poderão sair da escuridão e, finalmente, se assim desejarem, poderão se tornar cidadãos norte-americanos." A lei criou dois programas de regularização: um para qualquer pessoa que estivesse vivendo no país antes de 1º de janeiro de 1982; e outro específico para trabalhadores rurais, destinado a quem tivesse trabalhado em fazendas nos EUA por pelo menos 90 dias entre 1º de maio de 1985 e 1º de maio de 1986. Estima-se que 1,7 milhão de pessoas se inscreveram no primeiro programa e 1,3 milhão no segundo. A regularização teve um impacto direto na vida dos migrantes. "Foi realizada uma pesquisa importante, tanto com trabalhadores rurais quanto não rurais, e basicamente se constatou que, em um período muito curto — aproximadamente dois anos — os trabalhadores regularizados viram seus salários aumentarem entre 15% e 17%. Antes disso, seus rendimentos haviam permanecido estagnados por dez anos", afirma Hinojosa à BBC Mundo. Impacto na economia Hinojosa atribui essa melhora a diversos fatores, começando pelo fato de que, uma vez regularizados, os trabalhadores puderam buscar empregos melhores. Ele explica que muitos passaram a investir em sua própria formação, o que os colocou em melhor posição no mercado de trabalho. "Houve um aumento enorme no número de pessoas que, uma vez que sabiam que poderiam permanecer nos EUA, começaram a estudar inglês, o que se traduziu em um aumento significativo dos salários", diz Hinojosa. Pesquisas realizadas nos anos seguintes demonstraram a melhoria nas condições de vida dos migrantes após a regularização. Um estudo mostra, por exemplo, que até 1992 o rendimento por hora desses trabalhadores havia aumentado, em média, 15,1%; no caso das mulheres, o aumento foi de 20,5%. Naquele mesmo ano, 38,8% dos homens mexicanos que adquiriram status legal haviam migrado para empregos com melhores salários, segundo outro levantamento baseado nos mesmos dados. Um estudo publicado em 2009 pelo American Immigration Council, um centro de estudos com sede em Washington, apontava diversos indicadores que demonstravam o progresso dos migrantes legalizados pela IRCA. "Entre 1990 e 2006, o nível educacional dos imigrantes da IRCA aumentou consideravelmente, suas taxas de pobreza caíram drasticamente e os índices de propriedade de imóveis melhoraram notavelmente. Além disso, seus salários reais aumentaram, muitos deles ascenderam a cargos de chefia e a grande maioria não dependia de auxílios públicos", diz o estudo. Hinojosa afirma que, embora houvesse quem acreditasse que a legalização prejudicaria a economia norte-americana, o efeito foi o oposto. "O impacto foi muito positivo na economia, graças ao aumento do consumo derivado da elevação da renda desses trabalhadores. Acompanhamos esses efeitos e, uma década depois da legalização, houve um crescimento na quantidade de pequenos negócios, na compra de imóveis, no envio de filhos à universidade… tudo isso teve um impacto extremamente positivo", diz. Hinojosa lembra que alguns especialistas temiam que a legalização prejudicasse especialmente os trabalhadores norte-americanos que competiam por empregos menos qualificados, sobretudo os afro-americanos. "Não foi o que aconteceu. Na verdade, a legalização criou um boom econômico nas comunidades — pobres, urbanas e rurais — que gerou uma maior demanda por trabalhadores. Com isso, os afro-americanos também acabaram se beneficiando nas regiões onde os migrantes regularizados estavam presentes", afirma. Slogan da campanha de Regan e Bush nos anos 80 foi reutilizada por Trump Em um artigo publicado em 2014 pela Universidade da Califórnia em Los Angeles, Hinojosa explicou como a dinâmica da legalização favorece a economia. "Obter uma autorização de trabalho legal proporciona às pessoas indocumentadas mobilidade laboral, permitindo-lhes encontrar empregos mais compatíveis com suas habilidades e desenvolvê-las, o que mais tarde se traduz em maior poder de compra. Além disso, ao poder mudar de emprego, os trabalhadores podem maximizar sua produtividade e seus rendimentos, o que aumenta seu valor agregado à economia (PIB) e aos impostos pagos", escreveu. "O aumento do PIB, da renda e da arrecadação fiscal se traduz na criação de empregos tanto no setor público quanto no privado. Esses resultados econômicos positivos crescem proporcionalmente ao número de pessoas que recebem autorização legal para trabalhar — e quanto mais completa for sua inclusão legal, social e econômica, melhores os resultados", apontou. Em que a reforma migratória de Reagan fracassou Paradoxalmente, embora a IRCA tenha sido apresentada como uma medida para conter a imigração ilegal, esse objetivo não foi plenamente alcançado. Apesar de previsões de que a legalização atrairia mais imigrantes indocumentados ao país, isso não se confirmou. "Foram necessários quase 15 anos, até o fim da década de 1990, para que os EUA voltassem a ter os mesmos níveis de imigrantes indocumentados que havia antes da IRCA", diz Hinojosa. E, em 2022, estimava-se que os migrantes indocumentados presentes nos Estados Unidos somavam cerca de 12 milhões — mais que o dobro dos 5 milhões que se acreditava haver em 1986. Um dos fatores apontados por especialistas como responsável pelo novo aumento no número de indocumentados tem a ver com o fato de que a IRCA focou completamente em fechar as portas para quem não tinha documentos, sem se preocupar em abrir caminhos legais para a migração de que os EUA necessitam. "A IRCA não previu nem antecipou a contínua e crescente demanda por trabalhadores nos Estados Unidos, especialmente no mercado de trabalho de baixa qualificação. Sem um plano para gerir a imigração legal futura e as necessidades do mercado, a solução de três frentes [sanções a empregadores, reforço da vigilância na fronteira e legalização de indocumentados] para a imigração ilegal desmoronou sob o peso de forças econômicas e demográficas", explicam os pesquisadores Muzaffar Chishti e Charles Kamasaki em um artigo publicado em 2014 pelo Migration Policy Institute. Outro elemento que não funcionou foi a aplicação de multas a empregadores que "conscientemente" contratassem trabalhadores sem documentos. Já em 1990, um relatório do Urban Institute e da Corporação Rand alertava que os baixos níveis de fiscalização das sanções a empregadores, somados à limitada cooperação entre agências governamentais, tornavam essas punições ineficazes. O relatório advertia ainda que os reduzidos esforços para garantir que os empregadores cumprissem a IRCA tornavam possível que eles simplesmente descartassem a possibilidade de serem descobertos e punidos, o que enfraqueceria a lei. Essa tendência se manteve e, de fato, em 1994, o Escritório de Prestação de Contas do Governo — um órgão do Congresso encarregado de investigar, avaliar e auditar o Executivo — revelou que os recursos financeiros, o pessoal e o número de investigações relacionadas a sanções contra empregadores que violassem a IRCA haviam diminuído desde 1989. O que crescia, por outro lado, era o volume de recursos destinados ao controle da fronteira e à perseguição de indocumentados. Mas por que se perseguia os indocumentados e não se sancionavam os empregadores? "As sanções aos empregadores nunca se concretizaram porque eles são um grupo muito poderoso tanto no Partido Democrata quanto no Republicano", explica Hinojosa. Assim, era mais fácil concentrar as ações punitivas nos indocumentados — que não tinham nenhum poder político — do que nos empregadores. Quase quatro décadas depois, não parece que essa situação tenha mudado. ** Com BBC **

  • Procurador da Flórida ameaça descumprir ordem judicial para prender imigrantes

    Uthmeier disse que não vai impedir que agentes da polícia "apliquem a lei", uma desobediência à ordem judicial TALLAHASSEE - O procurador-geral da Flórida, James Uthmeier, afirma que vai continuar prendendo imigrantes indocumentados no Estado o que representa um afronta à decisão judicial que impede a aplicação da lei aprovada em fevereiro por suspeita de inconstitucionalidade. A nova legislação classifica a permanência e a passagem de estrangeiros ilegais na Flórida como contravenção menor passível de 3 a 6 meses de prisão em regime fechado. A magistrada Kathleen Williams acatou na terça-feira, 29, a denúncia de que a medida viola a Cláusula de Supremacia, que designa que as leis federais estão acima das estaduais. Williams já tinha suspendido temporariamente o lei no início de abril. Leia também: Juíza suspende lei que criminaliza imigrante na Flórida Mas o promotor afirma que Willians exigiu que ele a informasse sobre a evolução da ação, mas não poderia impedir que aplicasse a lei. Na mesma noite Uthmeier recorreu à decisão. "Hoje, meu escritório apresentou uma petição explicando por que a ordem dela não pode de forma alguma impedir as agências policiais da Flórida de aplicar as Seções 811.102 e 811.103 dos Estatutos da Flórida", anunciou Uthmeier. "Eu simplesmente não vou fazer isso. Acreditamos que o tribunal se excedeu e não tem jurisdição, e não vou pedir às autoridades policiais que parem de cumprir seus deveres constitucionais", continuou. A juíza, por sua vez, mostrou-se surpresa com a resposta de Uthmeier. "O que me ofende é alguém sugerir que não precisa seguir minha ordem, que ela não é legítima", rebateu. Enquanto o caso tramita na Corte qualquer prisão de imigrante pelas polícias locais pode ser considerada um erro policial e contestada na Justiça, mas isso parece que não vai impedir que agentes comandados por Uthmeier deixem de agir. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste material sem a autorização da MANCHETE USA. Todos os textos estão protegidos por copyright. Reproduções autorizadas devem conter crédito de AUTORIA para MANCHETE USA ( mancheteusa.com )

  • Maioria dos iPhones vendidos nos EUA virá da Índia, diz CEO da Apple

    Apple adota medidas paliativas na expectativa de que haja uma mudança no cenário econômico WASHINGTON - O CEO da Apple, Tim Cook, disse nesta quinta-feira, 1º, que a maioria dos iPhones vendidos nos Estados Unidos no atual trimestre virá da Índia, enquanto iPads e outros dispositivos virão do Vietnã, em uma tentativa de evitar os impactos das tarifas de Donald Trump. Os lucros da Apple nos primeiros três meses do ano superaram as expectativas de Wall Street graças à alta demanda por seus iPhones, e a empresa disse que, até aqui, as tarifas tiveram um efeito limitado nos resultados. Cook acrescentou que, para o trimestre atual, supondo que as coisas não mudem, a Apple espera ver US$ 900 milhões adicionados aos seus custos como resultado das tarifas, mas disse que a empresa continua "confiante" neste negócio. A Apple faturou US$ 24,78 bilhões, ou US$ 1,65 por ação, nos primeiros três meses do ano — um aumento de 4,8% em relação aos US$ 23,64 bilhões, ou US$ 1,53 por ação, no mesmo período do ano anterior. A receita subiu 5,1%, para US$ 95,36 bilhões, ante US$ 90,75 bilhões. Os analistas, em média, esperavam lucro de US$ 1,62 por ação sobre receita de US$ 94,19 bilhões, de acordo com uma pesquisa da FactSet. Os números do período de janeiro a março fornecem um instantâneo de como a Apple estava se saindo antes da revelação do presidente Trump de tarifas abrangentes, em abril, que abalaram os mercados financeiros em meio a temores de que uma guerra comercial reacenderia a inflação e empurraria a economia dos EUA para uma recessão. "Embora seja provável que parte do crescimento das vendas tenha sido impulsionada pelos consumidores acelerando as compras antes dos aumentos tarifários esperados, as margens permaneceram saudáveis do outro lado do balanço", disse Thomas Monteiro, analista da Investing.com. A dependência da Apple de fábricas chinesas para produzir seus iPhones e outros dispositivos empurrou a criadora de tendências tecnológicas para a mira da guerra comercial de Trump. A exposição da Apple às fábricas chinesas fez com que suas ações caíssem 23% logo após o anúncio do presidente sobre a severidade das tarifas recíprocas, o que apagou temporariamente US$ 773 bilhões em valor de mercado para os acionistas. Quando Trump indicou inicialmente que suas tarifas de 145% sobre produtos fabricados na China se aplicariam ao iPhone, os consumidores dos EUA correram para as lojas para comprar novos dispositivos, em vez de arriscar que os preços subissem depois que as tarifas começassem a aumentar os custos. Mas a enxurrada de compras em pânico não aparecerá até que a Apple divulgue seus resultados para o trimestre de abril a junho. Cook sinalizou sua intenção de permanecer em boas relações com Trump, organizando reuniões privadas com ele e doando pessoalmente US$ 1 milhão para a segunda cerimônia de posse do presidente, antes de se sentar no estrado quando Trump foi empossado em 20 de janeiro. A Apple anunciou posteriormente planos de investir US$ 500 bilhões nos EUA, enquanto contratava 20 mil trabalhadores durante os próximos quatro anos. ** Com AP **

  • Juiz proíbe governo Trump de usar lei de guerra para deportar venezuelanos

    Juiz indicado por Trump apontou abuso de poder de Trump para deportar venezuelanos WASHINGTON - Um juiz dos Estados Unidos impediu nesta quinta-feira, 1, o governo do presidente Donald Trump de usar uma lei de guerra do século XVIII para deportar alguns imigrantes venezuelanos, na decisão mais abrangente até agora contra uma parte fundamental da agressiva repressão imigratória do republicano. Em um parecer de 36 páginas, o juiz distrital Fernando Rodriguez, em Brownsville, Texas, afirma que o governo Trump excedeu o escopo da Lei de Inimigos Estrangeiros ao usá-la para acelerar as deportações de supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua. A liminar permanente do juiz contra o uso da lei se aplica a migrantes detidos no Distrito Sul do Texas. A proclamação de Trump em meados de março, invocando a lei de 1798, disse que as ações dos membros do Tren de Aragua nos EUA equivaliam a uma "invasão" ou "incursão predatória" e, portanto, justificavam o uso da lei para deportações rápidas. Rodriguez, que foi nomeado por Trump durante seu primeiro mandato, disse que as ações da gangue não atenderam a esse padrão. "A invocação da lei pelo presidente por meio da proclamação excede o escopo do estatuto e, como resultado, é ilegal", escreveu Rodriguez. A Casa Branca e o Departamento de Justiça não responderam imediatamente aos pedidos de comentários. A Lei de Inimigos Estrangeiros é mais conhecida por ter sido usada para deportar pessoas de ascendência japonesa, alemã e italiana durante a Segunda Guerra Mundial. Lee Gelernt, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis, que representa os migrantes venezuelanos, disse que o Congresso não pretendia que a lei fosse usada da maneira como Trump a aplicou. "O tribunal decidiu criticamente que o presidente não pode simplesmente declarar que houve uma invasão dos EUA e então invocar unilateralmente uma autoridade de guerra do século XVIII em tempos de paz", disse Gelernt. Pelo menos 137 venezuelanos foram deportados do Centro de Detenção El Valle, em Raymondville, Texas, sob a lei em 15 de março. Parentes de muitos dos homens e seus advogados negam que eles fossem membros do Tren de Aragua e dizem que os deportados não tiveram a chance de contestar as alegações do governo. Em 7 de abril, a Suprema Corte dos EUA decidiu que o governo Trump deve dar aos migrantes a chance de contestar quaisquer futuras deportações baseadas na Lei de Inimigos Estrangeiros no tribunal. Rodriguez, cujo distrito inclui El Valle, e outros juízes federais no Colorado, em Manhattan e na Pensilvânia emitiram ordens temporárias bloqueando tais deportações em seus distritos. A liminar emitida por Rodriguez nesta quinta-feira vai além, impedindo permanentemente o governo de usar a lei em seu distrito. É provável que o governo recorra. ** Com Reuters **

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