Trump sugere que irá declarar estado de emergência nacional para deportar migrantes
Rádio Manchete USA
19 de nov. de 20243 min de leitura
WASHINGTON - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda-feira, 18, que está preparado para declarar estado de emergência nacional e usar recursos militares como parte de seu plano para deportar migrantes em grande escala do país.
Trump reagiu a uma publicação de Tom Fitton, diretor da organização conservadora Judicial Watch, que havia mencionado os planos da próxima administração do republicano logo após as eleições.
“Boas notícias: segundo alguns relatos, a próxima administração de Donald Trump está pronta para declarar estado de emergência nacional e usar recursos militares para combater a invasão (permitida pelo presidente Joe) Biden por meio de um programa de expulsões em massa”, escreveu Fitton em 9 de novembro.
Ontem Trump comentou abaixo da mensagem: "Verdade!".
Fontes ligadas ao magnata republicano afirmam que os planos da nova administração sobre o assunto já começaram a se delinear — e devem incluir a implementação de medidas rígidas na fronteira, a revogação de políticas de Biden e o início da detenção e deportação em larga escala de migrantes. Para isso, estão preparando a expansão de instalações de prisão.
A Guarda Nacional é uma força militar sob o comando do governador de cada estado e pode ser convocada para a proteção do país em casos de conflito ou desastre. Em abril, Trump declarou que essa força “deveria ser capaz” de realizar as expulsões de migrantes em situação irregular.
À revista Time, o presidente eleito disse que, se a Guarda Nacional não for capaz, ele usará “o Exército” para deportar os imigrantes e cumprir a sua promessa de campanha.
"No primeiro dia, lançarei o maior programa de deportação da História americana para tirar os criminosos do nosso país. Vou resgatar cada cidade e vila que foi invadida e conquistada, colocaremos esses criminosos brutais e sanguinários na cadeia e depois os expulsaremos do nosso país o mais rápido possível"disse ele durante um comício no Madison Square Garden nos últimos dias da campanha presidencial.
O político de 78 anos já nomeou vários defensores de uma política migratória rígida para cargos importantes em seu Gabinete, com o ex-diretor interino da Imigração e Fiscalização Aduaneira dos EUA (ICE), Tom Homan, sendo nomeado a “czar da fronteira”.
Ele não especificou em que consistirá o trabalho de Homan, mas o título do cargo é autoexplicativo. Homan é conhecido por sua posição linha-dura em relação à imigração. Entre 2017 e 2018, ele supervisionou uma política que resultou na separação de 4 mil crianças migrantes de seus pais.
A governadora da Dakota do Sul Kristi Noem foi colocada à frente do Departamento de Segurança Interna, responsável pela proteção das fronteiras, alfândega e gestão da imigração, e o deputado Mike Waltz como conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
Na campanha eleitoral, Trump também afirmou que “13 mil assassinos condenados” haviam entrado nos EUA durante o governo de Joe Biden, indicando que eles estariam “circulando livremente” no país.
Segundo análise da equipe Verify, da BBC, ambas as falas são enganosas. A primeira delas porque a afirmação do republicano foi baseada em dados que abrangem um período de 40 anos, incluindo todas as administrações presidenciais desde pelo menos Ronald Reagan (1981-1989).
De acordo com o Departamento de Segurança Interna americano, os dados foram “interpretados incorretamente”. Muitos dos migrantes que Trump alegou “circularem” pelo país, disse o órgão, estão “sob custódia ou atualmente encarcerados”.
Dados oficiais indicam que dos 1,5 milhão que cruzaram a fronteira ilegalmente até setembro, 15.608 foram de pessoas com histórico criminal. A condenação mais comum foi por entrada ilegal em outro país (9.545), seguida por dirigir sob influência de substâncias (2.577) e delitos de posse e tráfico de drogas (1.414).
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