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Trump 'inaugura' prisão para imigrantes em área cercada por animais selvagens

Atualizado: 2 de jul.


Trump debochou e disse que iria ensinar os imigrantes a escaparem dos jacarés         (Foto: White House)
Trump debochou e disse que iria ensinar os imigrantes a escaparem dos jacarés (Foto: White House)

TALLAHASSEE - O presidente Donald Trump inaugurou nesta terça-feira, 1, uma nova e controversa prisão de imigrantes em pleno coração dos pântanos da Flórida. O centro de detenção, apelidado de “Alcatraz dos Jacarés”, foi erguido em uma área isolada e repleta de vida selvagem, no território dos Everglades, e já provoca reações intensas de ambientalistas e defensores dos direitos humanos.


Instalada em um antigo campo de pouso, a instalação federal cercada por mangues e cursos d’água tem como vizinhos naturais cerca de 200 mil jacarés. A localização foi escolhida justamente por sua inacessibilidade, segundo a Casa Branca, que abraçou o apelido inspirado na antiga prisão de Alcatraz, em São Francisco, na Califórnia.


“É um lugar isolado, com uma única estrada de acesso e cercado por uma natureza hostil. A ideia é garantir que ninguém consiga fugir”, declarou a secretária de imprensa Karoline Leavitt. Quando questionada sobre o papel dos jacarés, ela ironizou: “Se você está lidando com assassinos e estupradores, ter jacarés por perto certamente ajuda a manter a ordem”.


O presidente também debochou dos imigrantes quando foi questionado por imigrantes se a ideia por trás do centro de detenção era que as pessoas que escapassem dele fossem alcançadas por jacarés ou cobras. "Isso não é um bom negócio. Cobras são rápidas, mas jacarés... Vamos ensiná-los a fugir de um jacaré, ok? Se eles escaparem da prisão, como fugir. Não corram em linha reta. Corram assim. E sabem de uma coisa? Suas chances aumentam cerca de 1%".


White House divulga vídeo de visita de Trump ao Alcatraz dos Jacarés nesta terça-feira

Trump elogiou a rápida construção da instalação enquanto examinava fileiras de dezenas de beliches vazios, presos em gaiolas, e alertou sobre as condições ameaçadoras ao redor da instalação.


"Olhei para fora e não é um lugar para onde eu queira ir tão cedo", disse Trump em uma mesa redonda após sua visita. "Estamos cercados por quilômetros de pântanos perigosos, e a única saída é a deportação."


O complexo no sul da Flórida, no Aeroporto de Treinamento e Transição Miami-Dade Collier, pode abrigar cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativas das autoridades.


O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que enviará 100 soldados da Guarda Nacional para lá e que as pessoas poderão começar a chegar às instalações já na quarta-feira.


Apesar do discurso oficial focar em criminosos perigosos, muitas das pessoas detidas nas operações recentes não têm antecedentes criminais — o que gerou críticas de organizações humanitárias, que apontam o centro como um símbolo de desumanização.


A estrutura, composta por tendas e módulos temporários, consumirá cerca de US$ 450 milhões por ano dos cofres da Flórida. O Estado pretende buscar parte desse valor junto à FEMA, agência federal que atua em emergências.


As autoridades locais defendem a medida como necessária e econômica. “A fauna local ajuda a reduzir os custos com segurança”, disse o secretário de Justiça da Flórida, James Uthmeier.


Especialistas ambientais condenam a instalação da prisão em uma área sensível dos Everglades, reconhecida por sua biodiversidade e vulnerabilidade ecológica. Já grupos de direitos civis acusam o governo de tratar a imigração como caso de guerra.


Para Mark Fleming, advogado do National Immigrant Justice Center, a iniciativa escancara o desprezo do governo pelos direitos dos migrantes. “É um centro improvisado, sem estrutura adequada, construído no meio de um pântano sob um calor extremo. Isso não é política migratória, é punição”, criticou.


** Com Agências **


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