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EUA enviam fuzileiros navais para Los Angeles e Trump apoia prisão de governador


LOS ANGELES - As Forças Armadas dos Estados Unidos enviaram nesta segunda-feira, 9, cerca de 700 fuzileiros navais para Los Angeles, na Califórnia, até que mais tropas da Guarda Nacional possam chegar, marcando outra escalada na resposta do presidente Donald Trump aos protestos de rua contra suas políticas agressivas de imigração.


As tensões têm aumentado desde que Trump acionou a Guarda Nacional no sábado -- ato que classificado por democratas como uma provocação desnecessária -- após a eclosão de protestos de rua em resposta às batidas de imigração no sul da Califórnia. Esse é o ponto mais emblemático até agora em meio aos esforços agressivos do governo Trump para deportar imigrantes que vivem no país ilegalmente.


Trump disse nesta segunda-feira que sentiu que não tinha escolha a não ser ordenar a mobilização para evitar que atos de violência saíssem do controle.


Ele apoiou uma sugestão de seu chefe de fronteira de que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, fosse preso após o democrata dizer que o Estado estava abrindo um processo para bloquear o envio da Guarda Nacional.


O governo Trump argumentou que seu antecessor, Joe Biden, permitiu a entrada de um número excessivo de imigrantes no país e que cidades administradas pelos democratas, como Los Angeles, estão interferindo indevidamente nos esforços para deportá-los.


As manifestações de rua continuaram ao longo do fim de semana e nesta segunda-feira, quando centenas de manifestantes se reuniram do lado de fora de um centro de detenção no centro da cidade.


Em meio a uma forte presença da polícia, manifestantes carregavam cartazes denunciando o governo Trump enquanto uma banda tocava música mexicana.


Outras manifestações aconteceram em mais de uma dúzia de cidades, incluindo Atlanta, Boston, Chicago, Nova York e São Francisco.


Necessidade

A questão é se a força militar -- a Guarda Nacional ou os fuzileiros navais -- é necessária, como sustentam os principais republicanos, ou se configura um abuso do poder presidencial, como afirmam os democratas.


Os fuzileiros navais dos EUA foram mobilizados internamente para grandes desastres, como o furacão Katrina e os ataques de 11 de setembro de 2001. Eles são conhecidos por serem os "primeiros a entrar e os últimos a sair" em intervenções militares dos EUA no exterior, mas é extremamente raro que tropas militares dos EUA sejam usadas para questões de policiamento doméstico.


Trump poderia enviar fuzileiros navais sob certas condições da lei ou sob sua autoridade como comandante em chefe. Sem invocar a Lei da Insurreição, os fuzileiros navais, assim como a Guarda Nacional, ainda estariam sujeitos a uma proibição legal que os impede de aplicar diretamente as leis civis e provavelmente estariam limitados à proteção de funcionários e propriedades federais.


A última vez que as Forças Armadas foram usadas para ação policial direta sob a Lei da Insurreição foi em 1992, quando o governador da Califórnia na época pediu ajuda ao ex-presidente George H.W. Bush em resposta aos distúrbios de Los Angeles por causa da absolvição dos policiais que espancaram o motorista negro Rodney King.


Mesmo que seja apenas para dar apoio, o uso dos fuzileiros navais no contexto de uma questão policial certamente levantará mais objeções dos democratas, que acusam Trump de aumentar desnecessariamente as tensões em Los Angeles.


"O nível de escalada é completamente injustificado, desnecessário e sem precedentes", disse a assessoria de imprensa de Newsom no X.

O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, disse em um comunicado que seu gabinete entrou com uma ação na Justiça.


A lei federal permite que o presidente mobilize a Guarda se a nação for invadida, se houver "rebelião ou perigo de rebelião", ou se o presidente for "incapaz de executar as leis dos Estados Unidos com as forças regulares".


Ao retornar à Casa Branca após uma noite em Camp David, Trump foi questionado por um jornalista se o manda-chuva da política de fronteira, Tom Homan, deveria prender Newsom. Homan ameaçou prender qualquer pessoa que obstrua os esforços de fiscalização da imigração, inclusive o governador.


"Eu faria isso se fosse Tom. Acho que é ótimo", respondeu Trump. "Gavin gosta da publicidade, mas acho que seria uma coisa ótima."


Em uma publicação no X, Newsom chamou a ameaça de prisão de "passo inequívoco em direção ao autoritarismo".


** Com Reuters **

 
 
 

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