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Criança não vacinada morre após contrair sarampo no Texas

Foto do escritor: Rádio Manchete USARádio Manchete USA

Atualizado: 3 de mar.


Especialistas afirmam qua vacina contra sarampo é eficaz
Surto de sarampo é o maior do Texas em mais de 30 anos (Foto: Ilustração)

WASHINGTON - A morte de uma criança não vacinada por sarampo em Lubbock, no Texas, na quarta-feira, 26, é a primeira de um surto que está se espalhando na região, incluindo o Novo México, e aumenta as preocupações sobre o declínio nas taxas de vacinação no país e a confirmação de Robert F. Kennedy Jr. como secretário de saúde.


Em uma reunião de autoridades na Casa Branca, na quarta-feira, Kennedy disse que autoridades federais de saúde estavam "observando" o surto e notando que houve outros neste ano.


Kennedy não mencionou a vacinação, nem descreveu as medidas que o governo federal pode tomar para ajudar a conter o surto. Ele também citou duas mortes no Texas, embora as autoridades tenham dito que houve apenas uma.


Em "The Measles Book", publicado pela Children's Health Defense —organização antivacinas sem fins lucrativos fundada por Kennedy—, o secretário escreveu que "surtos de sarampo foram fabricados para criar medo", levando autoridades governamentais a "impor vacinas desnecessárias e arriscadas a milhões de crianças com o único propósito de engordar os lucros da indústria".


Alguns especialistas se opuseram à descrição do surto como nada incomum.


"Cada surto, doença, hospitalização e morte é uma tragédia, porque é totalmente evitável com essas vacinas", disse David Higgins, pediatra e especialista em medicina preventiva do Campus Médico Anschutz da Universidade do Colorado.


Esse ano já foram registrados três surtos de sarampo nos Estados Unidos até 20 de janeiro enquanto que 2024 somou 16, de acordo com o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças).


Os surtos do ano passado totalizaram 285 casos. A contagem de 2025, até o momento, é quase a metade disso.


Pelo menos 124 casos de sarampo foram identificados no Texas desde o final de janeiro, principalmente entre crianças e adolescentes que não foram vacinados ou cujo status de vacinação era desconhecido, segundo autoridades de saúde locais.


Destes, 18 foram hospitalizados. Este surto de sarampo é o maior do estado em mais de 30 anos, diz Katherine Wells, diretora de saúde pública em Lubbock.


A maioria dos casos se concentrou no condado de Gaines, uma área na extremidade oeste do Texas. É o lar de milhares de menonitas, um grupo cristão insular que historicamente teve taxas de vacinação mais baixas. Autoridades disseram que a criança que morreu morava na região.


O Novo México também relatou um surto, com nove casos no condado de Lea, na parte sudeste do estado, na fronteira com o Texas.


Quatro desses casos são de crianças menores de 18 anos, todas não vacinadas, de acordo com Robert Nott, porta-voz do Departamento de Saúde do Novo México. Nenhum dos casos levou a hospitalizações, segundo ele.


O sarampo é uma doença respiratória altamente contagiosa que pode ser fatal para qualquer pessoa que não esteja protegida contra o vírus.


Os médicos dizem que a melhor maneira de se proteger contra a doença é com duas doses de um imunizante, geralmente administrado a crianças como uma vacina combinada de sarampo-caxumba-rubéola (MMR). Duas doses previnem mais de 97% das infecções por sarampo.


A taxa nacional de imunização contra o sarampo nos EUA, que caiu durante a pandemia de Covid-19, não se recuperou para os 95% necessários para conter a propagação da doença. Pouco menos de 93% das crianças no jardim de infância tomaram a vacina contra sarampo, caxumba e rubéola no ano letivo de 2023 e 2024, de acordo com o CDC.


CONTÁGIO E SINTOMAS

O vírus do sarampo pode permanecer no ar por até duas horas após uma pessoa infectada ter saído do quarto. Cada pessoa infectada pode espalhar a doença para até outras 18.


O vírus se espalha quando uma pessoa infectada respira, tosse ou espirra. Dentro de uma ou duas semanas após a exposição, aqueles que estão infectados podem desenvolver febre alta, tosse, coriza e olhos vermelhos e lacrimejantes.


Em poucos dias, uma erupção cutânea aparece como manchas vermelhas e planas no rosto e depois se espalha pelo pescoço e tronco para o resto do corpo.


Na maioria dos casos, os sintomas do sarampo desaparecem em algumas semanas. Mas, em casos raros, o vírus causa pneumonia —dificultando que os pacientes, mas especialmente as crianças, levem oxigênio aos pulmões— ou inchaço cerebral, o que pode causar problemas duradouros, incluindo cegueira, surdez e deficiências intelectuais.


Para cada 1.000 crianças que contraem sarampo, 1 ou 2 morrerão, de acordo com o CDC. O vírus também enfraquece as defesas imunológicas, deixando o corpo vulnerável a outros patógenos.


Um estudo de 2015 estimou que, antes da vacinação generalizada, o sarampo pode ter sido responsável por até metade de todas as mortes por doenças infecciosas em crianças. Mesmo agora, as consequências podem ser sérias. Cerca de 40% das pessoas infectadas no ano passado foram hospitalizadas, de acordo com o CDC.

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