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Brasileiros se declaram culpados de induzir imigração ilegal para escapar de pena maior

Foto do escritor: Rádio Manchete USARádio Manchete USA


Restaurantes em Woburn pagavam apenas US$ 3 por hora aos funcionários sem status
Donos dos restaurantes admitiram a exploração de imigrantes ilegais e lavagem de dinheiro

WOBURN - Dois brasileiros se declararam culpados em Massachusetts por conspirar e induzir imigrantes a vir para os Estados Unidos em busca de ganhos financeiros após um acordo com a promotoria para retirar acusações mais graves que poderiam gerar penas de até 70 anos de prisão.

Em troca da confissão de Jesse James Moraes, de 65 anos, e do filho, Hugo Giovanni Moraes, 43, os promotores abriram mão de processá-los por trabalho forçado e tráfico humano e recomendaram clemência, de acordo com uma nota do Departamento da Justiça divulgada no fim da última semana.

A sentença da juíza Allison Burroughs está marcada para fevereiro.

O relatório federal afirma que os brasileiros são acusados de "encorajar e induzir, e conspirar para encorajar e induzir, um estrangeiro a vir, entrar e residir nos Estados Unidos com o propósito de vantagem comercial ou ganho financeiro privado, sabendo e em desrespeito imprudente o fato de que tal vinda, entrada e residência é ou será uma violação da lei".

Jesse Moraes também admitiu conspiração para lavagem de dinheiro durante audiência na Corte Distrital dos EUA em Boston.

Já o terceiro réu no processo, Chelbe Williams Moraes, de 62 anos, irmão de Jesse, assumiu a culpa por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Investigação
Jesse e Hugo comandam os restaurantes The Dog House Bar & Grill e Taste of Brazil, em Woburn, enquanto Chelbe mora em Minas Gerais e, segundo o processo, era responsável por buscar vítimas do golpe no Brasil.

As investigações apontaram que o trio aliciou - entre julho de 2016 e outubro de 2022 - pessoas interessadas em se mudar para os EUA, a maioria brasileiros, cobrando entre US$ 18 mil e US$ 22 mil com a promessa de que trabalhariam em seus restaurantes.

As vítimas eram orientadas a procurar Marcos Chacon Gil, conhecido como Marquito, para obter documentos falsos para fundamentar pedidos de asilo ou autorização de trabalho.

As investigações mostram que os brasileiros providenciavam apartamentos para que as vítimas pudessem ser monitoradas. Pai e filho teriam retido salários para saldar dívidas do tráfico.

Os imigrantes eram obrigados a trabalhar por longas horas em atividades manuais e eram submetidos a ameaças de agressões físicas, emocionais e de deportação.

Um trabalhador do Taste of Brazil disse aos investigadores que eles recebiam apenas US$ 3 por hora, sem direito a gorjetas e tinham que trabalhar 14 horas por dia sem folga.

Até 70 anos de prisão

Se os réus fossem condenados por todos os crimes poderiam pegar até 70 anos de prisão em regime fechado.

As acusações de trabalho forçado, tentativa de trabalho forçado e conspiração para trabalho forçado prevêem pena de até 20 anos de reclusão, cinco anos de liberdade condicional e multa de US$ 250 mil.

Tráfico de mão de obra ou mesmo apenas a sua tentativa podem resultar em 20 anos de prisão, cinco anos de liberdade condicional e multa de US$ 250 mil.

Enquanto que encorajar e induzir e conspirar para encorajar e induzir um estrangeiro a vir, entrar e residir no país para ganho financeiro, sabendo que a entrada e residência viola a lei prevê uma sentença de até 10 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e multa de US$ 250 mil.

Já os crimes de lavagem de dinheiro e conspiração para lavagem de dinheiro somam sentenças de 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e multa de US$ 500 mil ou o dobro do valor envolvido na transação, prevalecendo o montante maior.

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