Americano falsifica carta com ameaça a Trump para tentar incriminar e deportar testemunha
- Rádio Manchete USA
- 4 de jun.
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MILWAUKEE - O americano Demetric D. Scott foi acusado na segunda-feira, 2, de tentar fazer com que uma testemunha contra ele fosse incriminada e deportada, usando uma carta falsa com ameaças de morte ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O remetente da correspondência foi identificado como Ramón Morales Reyes, de 54 anos, que atua como testemunha em um processo criminal contra Scott, em Wisconsin.
O americano aguarda julgamento em um caso de roubo à mão armada e agressão física qualificada na cadeia do Condado de Milwaukee, de onde teria orquestrado o plano. Ele agora acumula as acusações de intimidação de testemunhas criminosas, roubo de identidade e duas violações de fiança.
Segundo denúncia apresentada por promotores, Scott é o responsável por redigir e enviar uma carta em nome de Reys às autoridades estaduais e federais contendo ameaças de morte contra Trump.
O americano admitiu a trama após ser flagrado em ligações telefônicas discutindo o envio das cartas e articulando para que alguém fosse preso pelo ICE, com o intuito de inviabilizar o testemunho contra ele no julgamento. A audiência está marcada para julho.
O caso ganhou repercussão quando, em 21 de maio, Reyes foi detido por agentes do ICE logo após deixar seu filho na escola, em Milwaukee. A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, anunciou a prisão publicamente, afirmando que o homem havia ameaçado matar Trump e que pretendia “autodeportar-se” para o México.
A declaração foi divulgada também nas redes sociais da Casa Branca, acompanhada de uma imagem da carta e uma fotografia do acusado.

No entanto, as alegações começaram a desandar quando os investigadores ouviram Morales Reyes, que não fala inglês fluente, e constataram que a caligrafia das cartas não coincidia com a dele. Uma amostra coletada pela polícia confirmou a diferença, de acordo com a AP.
Reyes, lavador de pratos em Milwaukee, vive com a esposa e os três filhos, todos cidadãos americanos. Ele havia recentemente solicitado o visto U, benefício concedido a imigrantes em situação irregular que colaboram com investigações ou são vítimas de crimes graves nos EUA.
O advogado Kime Abduli, responsável pela solicitação do visto, declarou ao Milwaukee Journal Sentinel que está satisfeito com a comprovação da inocência de seu cliente.
Já o defensor de Reyes no processo de deportação, Cain Oulahan, destacou em e-mail anviado à AP: “Embora ele tenha um visto U pendente, infelizmente eles estão acumulados há anos, então estaremos buscando outras opções para mantê-lo aqui com sua família”.
O advogado de Scott, Robert Hampton, ainda não se pronunciou sobre o caso.
** Com Agências **
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